O que é mpox? Entenda a doença antes chamada de varíola dos macacos

Nos últimos anos, o termo mpox tem ganhado destaque em noticiários, pesquisas na internet e debates sobre saúde pública. A antiga “varíola dos macacos” sofreu não apenas uma reclassificação no nome, mas também passou a receber atenção internacional, principalmente após o surto registrado em 2022.

imagem – pessoa com sintomas Mpox – foto reprodução Ministério da Saúde

Mas afinal, o que é mpox, como ocorre a transmissão, quais os sintomas e como se proteger? Neste artigo completo, você vai entender tudo sobre a doença, com informações confiáveis, atualizadas e organizadas para facilitar a leitura.


O que é mpox?

Mpox é uma doença viral causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, o mesmo grupo da varíola humana, erradicada em 1980. Até pouco tempo, ela era chamada de varíola dos macacos, mas o termo caiu em desuso por ser considerado estigmatizante e impreciso, já que a doença não é exclusiva desses animais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou oficialmente, em novembro de 2022, a adoção do termo “mpox” como o novo nome oficial, em um esforço global para evitar preconceito, desinformação e alarmismo.

🔗 Leia no site da Organização Mundial da Saúde sobre a mudança do nome


Origem e histórico da mpox

O vírus da mpox foi identificado pela primeira vez em 1958, em macacos de laboratório, o que originou o antigo nome da doença. O primeiro caso humano foi registrado em 1970, na República Democrática do Congo.

Historicamente, os casos eram mais comuns em países da África Central e Ocidental, onde a doença é considerada endêmica. Porém, em 2022, o mundo testemunhou a disseminação de surtos em diversos países fora do continente africano — inclusive no Brasil, o que gerou uma onda de atenção das autoridades sanitárias.

🔗 Veja também: O que é uma doença endêmica?


Como a mpox é transmitida?

A transmissão da mpox pode ocorrer de várias formas:

  • Contato direto com lesões de pele ou fluidos corporais de pessoas infectadas;

  • Contato com objetos contaminados, como roupas de cama, toalhas ou utensílios;

  • Gotículas respiratórias, em situações de contato próximo e prolongado;

  • Relações sexuais, principalmente quando há contato pele a pele com áreas infectadas.

É importante destacar que, embora a doença tenha se espalhado com maior frequência entre homens que fazem sexo com homens, ela não é uma infecção sexualmente transmissível (IST) no sentido clássico. O risco está associado ao contato próximo, independentemente da orientação sexual.

🔗 Saiba mais: Mpox: perguntas e respostas – Ministério da Saúde


Sintomas da mpox

Os sintomas da mpox podem variar de leves a moderados, e geralmente surgem entre 5 a 21 dias após a exposição ao vírus. Os sinais mais comuns incluem:

  • Febre;

  • Dor de cabeça;

  • Dores musculares;

  • Cansaço;

  • Gânglios linfáticos inchados;

  • Erupções cutâneas, que evoluem para pústulas e crostas.

As lesões geralmente aparecem primeiro no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo genitais e mucosas.

Em alguns casos, os sintomas podem ser confundidos com doenças como catapora, herpes ou sífilis, o que torna o diagnóstico clínico um desafio.


Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da mpox é feito por meio de exames laboratoriais específicos, como o PCR (reação em cadeia da polimerase), a partir de amostras coletadas das lesões cutâneas.

Não há um tratamento específico para o vírus da mpox, mas a maioria dos casos é autolimitada, ou seja, os sintomas desaparecem naturalmente após duas a quatro semanas. No entanto, casos graves podem ocorrer em pessoas com baixa imunidade, gestantes e crianças.

O tratamento é sintomático, focado em controlar febre, dor e prevenir infecções secundárias nas lesões de pele.

🔗 Referência: CDC – Mpox Information


Vacinas contra mpox

Diante dos surtos registrados em 2022 e 2023, diversos países passaram a utilizar vacinas que já estavam disponíveis para a varíola humana. A vacina mais usada é a JYNNEOS, também conhecida como Imvanex (na Europa), que é eficaz contra ambos os vírus.

No Brasil, o Ministério da Saúde adquiriu doses da vacina em 2023, voltadas prioritariamente para pessoas imunossuprimidas e grupos de maior exposição, como profissionais de saúde.

🔗 Leia mais: Vacina contra mpox no Brasil – Fiocruz


Situação da mpox no Brasil

O Brasil registrou seu primeiro caso confirmado de mpox em junho de 2022. Desde então, os números cresceram, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. As secretarias estaduais de saúde monitoram os casos com base em protocolos estabelecidos pela Anvisa e pela OMS.

O Ministério da Saúde também declarou situação de emergência em saúde pública por um breve período em 2022, o que permitiu ações mais rápidas para contenção do surto.

🔗 Veja dados atualizados: Painel de Monitoramento da Mpox – Ministério da Saúde


Prevenção: como se proteger da mpox?

A prevenção da mpox envolve medidas relativamente simples, mas eficazes:

  • Evitar contato direto com pessoas com sintomas ou lesões visíveis;

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel;

  • Usar máscaras em ambientes fechados ou em contato próximo com pessoas infectadas;

  • Não compartilhar objetos pessoais, como toalhas, roupas de cama e utensílios;

  • Buscar orientação médica em caso de sintomas suspeitos.

Além disso, para quem está em grupos de risco ou foi exposto ao vírus, a vacinação preventiva é uma ferramenta adicional importante.


Mpox é perigosa?

Na maioria dos casos, a mpox é considerada uma doença de baixa letalidade, mas pode causar complicações. Pessoas com sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV não controlado, têm maior risco de desenvolver formas graves da doença.

Por isso, é essencial adotar uma postura de cuidado e evitar a desinformação. Mpox não é uma “doença nova”, mas um desafio antigo que ganhou novas dimensões com sua disseminação global.


Conclusão

A mpox é uma doença viral que exige atenção e informação clara da população. Com sintomas parecidos com a varíola, mas geralmente mais leves, a doença pode ser evitada com cuidados simples e acompanhamento adequado. Apesar de causar preocupação, o controle da mpox é possível com ações de vigilância, campanhas educativas e vacinação.

Ficar bem informado é o primeiro passo para proteger a si mesmo e sua comunidade. Em caso de dúvida ou sintomas, procure uma unidade de saúde.

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