Fenômeno poderá ser visto em todo o Brasil nas madrugadas próximas ao dia 22; especialistas recomendam buscar locais escuros e afastados das cidades
Uma das mais tradicionais, a chuva de meteoros Líridas está de volta e deve atingir seu pico de atividade na madrugada do dia 22 de abril de 2025. Visível de praticamente todo o território brasileiro, o fenômeno é um dos eventos astronômicos mais antigos já registrados pela humanidade — há relatos de sua observação desde 687 a.C.
De acordo com astrônomos, a taxa esperada de meteoros durante o pico é de cerca de 15 a 20 por hora, podendo surpreender com números maiores em determinadas regiões. A ausência de luz intensa da Lua, que estará em fase minguante, deve favorecer a visualização dos chamados “rastros de fogo” no céu.
Origem e características
Essa chuva de meteoros Líridas é resultado da passagem da Terra pela trilha de detritos deixada pelo cometa Thatcher (C/1861 G1). Quando esses fragmentos entram na atmosfera terrestre a altíssimas velocidades, se incendeiam devido ao atrito com o ar, criando riscos luminosos que cortam o céu.
O nome do fenômeno faz referência à constelação de Lira, ponto onde os meteoros parecem se originar, também conhecido como radiante. Embora o radiante sirva de referência, os meteoros podem cruzar qualquer região do céu.
Como observar
A recomendação dos especialistas é clara: quanto mais escuro o local, melhor. Regiões afastadas dos centros urbanos e com horizonte livre de obstáculos são ideais para a observação.
“Não é necessário nenhum equipamento específico. Basta deitar-se, olhar para o céu e ter um pouco de paciência. Em cerca de 20 minutos, os olhos já estarão adaptados à escuridão, aumentando a chance de flagrar os meteoros”, afirma o astrônomo Marcelo Domingues, do Observatório Nacional.
Os melhores horários de observação são entre meia-noite e o amanhecer, quando a constelação de Lira estará mais alta no céu, favorecendo o número de meteoros visíveis.
Tecnologia a favor
Para os iniciantes, aplicativos gratuitos como SkyView, Stellarium ou Star Walk podem ajudar na localização da constelação de Lira e na orientação geral do céu noturno. Uma simples bússola também pode ser útil, já que o radiante estará localizado na direção leste/nordeste.
Espetáculo imprevisível
Embora não seja a mais intensa das chuvas anuais — como as Geminídeas de dezembro ou as Perseidas de agosto —, as Líridas já protagonizaram surtos inesperados de atividade, como em 1982, quando foram registrados mais de 90 meteoros por hora em alguns pontos do planeta.
Por isso, para os amantes da astronomia e da natureza, a madrugada do dia 22 de abril pode oferecer um espetáculo inesquecível — gratuito e visível a olho nu.