Você já se perguntou se existe som no espaço? Essa é uma das dúvidas mais frequentes entre os curiosos por astronomia. Afinal, nos filmes de ficção científica, é comum vermos explosões ruidosas e naves cortando o vácuo com barulhos impactantes. Mas será que isso realmente acontece fora da Terra?
Fonte: NASA
Neste artigo completo e fascinante, vamos desvendar a verdade científica por trás do som no universo. Além disso, exploraremos as descobertas mais recentes da NASA, como o som de um buraco negro, e explicaremos por que o espaço pode ser mais “barulhento” do que imaginamos — dependendo do ponto de vista.
O que é o som e como ele se propaga?
Antes de mais nada, é fundamental entender o que é o som. Em termos científicos, som é uma onda mecânica que se propaga por um meio material, como ar, água ou metal. Ou seja, ele precisa de partículas para se mover. Sem um meio físico, não há como as ondas sonoras se deslocarem.
Na Terra, por exemplo, o som se move através do ar. Quando você fala, suas cordas vocais fazem o ar vibrar, e essas vibrações chegam até os ouvidos de outra pessoa.
Porém, no espaço sideral, a situação é completamente diferente.
Afinal, existe som no espaço?
A resposta direta é: sim e não. Isso mesmo, e vamos explicar por quê.
O espaço interestelar é, em grande parte, um vácuo quase perfeito. Isso significa que há pouquíssimas partículas por metro cúbico — tão poucas que seria impossível transmitir som da forma que conhecemos aqui na Terra. Portanto, no sentido tradicional, não existe som no espaço como ouvimos no planeta.
No entanto, em certas regiões específicas do universo, como dentro de galáxias, nuvens de gás ou até mesmo ao redor de buracos negros, há partículas suficientes para que vibrações possam ser interpretadas como som — mas não como estamos acostumados a ouvir.
O som do buraco negro: uma descoberta que chocou o mundo
Em 2022, a NASA divulgou um feito surpreendente: conseguiu “extrair” o som de um buraco negro no aglomerado de galáxias de Perseus. A agência espacial usou dados do Observatório de Raios-X Chandra para mapear as ondas de pressão emitidas pelo buraco negro e convertê-las em frequências audíveis ao ouvido humano.
O resultado? Um som grave e inquietante, que viralizou nas redes sociais.
▶️ Ouça o som aqui: Som do buraco negro de Perseus – NASA
Essa descoberta mostrou que, em ambientes onde há gases e poeira suficientes, é possível detectar vibrações que se comportam como ondas sonoras — embora muito diferentes das que conhecemos.
Por que os filmes mostram sons no espaço?
Uma dúvida comum é por que filmes como Star Wars ou Interestelar exibem sons tão dramáticos no espaço. A resposta é simples: efeito dramático.
No cinema, o som é uma ferramenta poderosa para criar emoção e impacto. Se uma nave explodisse em silêncio absoluto, a cena pareceria muito menos impressionante. No entanto, esses efeitos sonoros são adicionados artificialmente na pós-produção, pois, na realidade, ninguém ouviria nada no vácuo.
Curiosamente, o filme Gravidade (2013) tentou retratar isso de forma mais realista. Em muitas cenas, o som é abafado ou inexistente, justamente para refletir a ausência de um meio de propagação.
Há locais no universo onde o som existe?
Sim. Embora o vácuo predomine no espaço, há regiões onde o som pode, tecnicamente, existir. Veja algumas:
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Nebulosas: nuvens densas de gás e poeira com partículas suficientes para permitir a propagação de ondas sonoras.
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Estrelas: dentro do plasma estelar, as ondas de pressão são comuns e os astrônomos conseguem detectá-las por meio da astrosismologia.
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Aglomerados de galáxias: repletos de gás quente, esses ambientes são propícios para a propagação de vibrações.
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Atmosferas de planetas: em planetas como Marte, o som existe, embora seja diferente do som terrestre devido à densidade atmosférica.
🔗 Leia mais: O que acontece se você cair em um buraco negro?
O que a ciência diz sobre ouvir som no espaço?
De acordo com os cientistas, o que ouvimos como “som do espaço” é, na verdade, uma tradução de dados em áudio. Esse processo se chama sonificação, e é muito utilizado por astrofísicos para converter informações invisíveis — como ondas de rádio, raios-x e campos magnéticos — em sons audíveis.
Embora não possamos “ouvir” o espaço como escutamos uma música ou uma conversa, podemos traduzir os dados cósmicos em sons para análise científica ou fins educativos.
Como o telescópio James Webb pode revolucionar essa área?
Fonte: NASA James Webb Space Telescope
O Telescópio Espacial James Webb, lançado em 2021, trouxe uma nova era para a observação espacial. Embora seu foco não seja diretamente detectar sons, ele capta luz infravermelha de objetos distantes com altíssima precisão, o que permite aos cientistas analisar movimentos, pulsações e vibrações cósmicas.
Essas informações podem ser convertidas em som por meio da sonificação. Assim, o Webb abre uma nova janela para “ouvir” o universo de forma indireta.
🔗 Confira também: Matéria completa sobre o Telescópio James Webb
Curiosidade: qual seria o som de uma estrela morrendo?
A morte de uma estrela pode provocar eventos como supernovas, que liberam uma quantidade absurda de energia. Cientificamente, essas explosões criam ondas de choque que, em ambientes com gás suficiente, podem gerar vibrações similares a som.
Pesquisadores da NASA já simularam esse tipo de fenômeno, revelando sons semelhantes a um estrondo grave e contínuo — algo como um trovão cósmico eterno.
Como ouvir os sons do espaço?
Graças à tecnologia, você pode ouvir os sons do universo diretamente do seu celular ou computador. A NASA disponibiliza uma vasta galeria de arquivos de áudio provenientes de buracos negros, pulsares e até da própria Terra vista do espaço.
🎧 Acesse a galeria oficial aqui: NASA Audio and Ringtones
Conclusão: o espaço é silencioso ou barulhento?
Em resumo, não existe som no espaço da forma como ouvimos na Terra, pois o vácuo não permite a propagação de ondas sonoras. No entanto, há locais no universo onde o som pode ser gerado, embora muitas vezes seja imperceptível ao ouvido humano.
Graças à ciência moderna e à sonificação, podemos ter um vislumbre acústico do cosmos — e, quem sabe, um dia possamos realmente ouvir as melodias do universo.
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